Já fez uso de algum inseticida, fungicida ou acaricida que depois percebeu que não fez efeito? Você já deve ter passado por situação parecida ou conhece alguém que passou por ela.
Nessas horas é comum pensar que os produtos não fizeram sua função e que eles não prestam. Mas calma! Fazer controle de pragas e doenças não é algo tão simples quanto parece.
Tem alguns fatores que interferem para fazer um bom controle de pragas ou doenças.
Vamos a um exemplo típico:
O produto que escolhi é recomendado para controlar a espécie da praga que está no meu jardim?
Primeiro verifique (ou peça ajuda, se for o caso, para quem é do ramo), qual espécie está afetando suas plantas, depois veja se no rótulo do produto escolhido está escrito o nome da espécie da praga.
Lembrando que, cochonilha, besouro, lagarta e etc, estes nomes não são espécies ok?!
Quando falamos em espécies, são nomes como:
- Tribolium castaneum (Besouro castanho)
- Laemophloeus minutus (Besouro)
- Atta capiguara (Saúva parda)
- Migdolus fryanus (Broca da cana)
Estes são alguns exemplos de nomes de insetos, todo produto regularizado perante a lei, em seu rótulo ou ficha técnica, possui o nome das pragas ao qual ele foi testado para combater. É muito importante verificar isso!
Agora vamos supor que você está com o produto certo e que mesmo assim não conseguiu realizar o controle, o que pode ter ocorrido?
Há uma questão muito importante quando falamos sobre controle de patógenos, chamada “Resistência de pragas e doenças”
Vamos supor que eu tenho uma população de 100 insetos da mesma espécie, para controlar foi utilizado um determinado inseticida, este inseticida matou 96 insetos, sobraram 4 insetos que por questão genética demostraram resistência ao veneno. Estes 4 insetos vão se reproduzir.
Os 4 insetos que sobraram formam novamente uma população de 100 insetos, você usa novamente o mesmo veneno, mas desta vez vão morrer somente 70 insetos, pois 30 insetos que são descendentes daqueles 4 possuem na genética agora a resistência de seus pais.
E estes 30 insetos vão novamente formar uma nova população e seus descendentes vão ter também genética de resistência, até chegar uma hora que o veneno que você utiliza vai ter uma efetividade muito baixa.
Isso responde uma pergunta que muitas pessoas fazem, porque existem tantos venenos diferentes no mercado?
Justamente para isso, quando uma população demostrar resistência, deve ser feito uso de outro princípio ativo diferente do que você estava utilizando.
Podemos correlacionar isso com a medicina, quando um médico lhe passa um remédio e ele não faz muito efeito, significa que aquela sua doença está demostrando resistência ao remédio, e, portanto, o médico precisa prescrever outro remédio. No controle de pragas e doenças é a mesma coisa.
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Autor: João Pedro M. Leal - Engenheiro Agrônomo da Forth Jardim